PADRE JOÃO CARLOS - MEDITAÇÃO DA PALAVRA

Eu vim ao mundo como luz.


24 de abril de 2024

  Quarta-feira da 4ª Semana da Páscoa.  


  Evangelho.  


Jo 12,44-50

Naquele tempo, 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas.
47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”.


  Meditação.  


Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas (Jo 12, 46)

Palavras preciosas de Jesus, ditas à multidão: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar”.

Há, de verdade, uma realidade de descrença, de gente que não escuta Jesus e não o segue; não integra o seu rebanho, não faz parte de suas ovelhas. Pela fé, nos aproximamos de Jesus. A fé é um dom de Deus. Mas, um dom, um presente pode não ser recebido, pode ser rejeitado. É que fomos criados na liberdade. Sem liberdade, não há amor. Sem liberdade, não se pode crer, porque crer é uma acolhida incondicional, uma entrega pessoal. Não se pode crer, nem amar por obrigação. Crer é um ato de liberdade.

Há quem realmente não creia. E há muita gente que, mesmo crendo, não permite que sua fé oriente a sua vida. É uma espécie de ateísmo prático. Até crê, mas a fé não é a luz que ilumina os seus passos. Vive como quem não crê, como quem não tem esperança, como quem não conheceu Jesus. Em Jesus, ficamos sabendo que Deus nos ama e o enviou para nos resgatar, nos conduzir para a vida plena. E, sobre isso, não podemos ficar indiferentes. Essa novidade pode mudar a nossa vida, pode ser uma revolução em nossa existência.

Não basta que Jesus seja o bom pastor e nos conheça e dê sua vida por nós. É necessário que nós, em resposta a esse amor do bom pastor escutemos a sua voz e, na fé, o sigamos. Ele disse: “As minhas ovelhas escutam a minha voz”. É preciso ouvir a sua voz. A oração diária do povo de Jesus incluía uma passagem do livro do Deuteronômio: “Ouve, Israel, o Senhor teu Deus é o único Senhor”. Ouve, Israel. É preciso escutar. A fé é a nossa resposta ao que ouvimos. O salmo 94 traz uma chamada de atenção: “Oxalá vocês ouçam hoje a sua voz”. A palavra nos pede para não fechar o coração como o povo antigo que tanto entristeceu o Senhor por sua desobediência. “Oxalá vocês ouçam hoje a sua voz”.

Guardando a mensagem

Escutar a voz do bom pastor é reconhecê-lo como orientação da própria vida, crer nele, assumindo sua palavra como guia de sua existência. Foi exatamente isso que Maria disse aos serventes nas Bodas de Caná: “Façam tudo o que ele lhes disser”. O que Jesus diz, precisamos escutar, acolher, praticar. Crer é a nossa resposta à sua palavra, pela qual nos revela o amor de Deus por nós.

Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas (Jo 12, 46)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
infelizmente, hoje, como no teu tempo, há muita gente que não te escuta de verdade. Uns permanecem indiferentes à tua voz, à tua Palavra; não a distinguem no meio de tantas vozes do mundo de hoje. Outros te escutam com ouvido de mercador: não te levam em conta, não te ouvem com seriedade; não se deixam conquistar pelo amor de Deus que tu anuncias. Mas, que bom que muitos te escutam e te seguem. Peço-te, Senhor, que eu e minha casa estejamos sempre no número dos que te ouvem, te conhecem e te seguem. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Minha sugestão é que você transcreva e reze a oração que Jesus rezava todo dia: Deuteronômio 6, 4-9. Ela começa convidando o povo de Deus a escutar, a ouvir uma coisa muito importante.

Vá pensando como vai ser o Mês de Maio aí em sua casa. O Mês de Maria pode muito bem ser um tempo precioso de evangelização de sua família.

Comunicando

Daqui a 30 dias, estaremos em peregrinação no Santuário Basílica de N. Senhora Auxiliadora em Jaboatão, área metropolitana do Recife. Para inscrever sua caravana ou adquirir sua passagem nos ônibus fretados pela AMA, entre em contato pelo fone ou whatsapp 81 3224-9284. Mesmo de longe, você vai poder nos acompanhar pelo rádio e pelo Youtube. 
24 de maio, na casa da mãe!

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb.

Jesus é a presença salvadora de Deus.



23 de abril de 2024

  Terça-feira da 4ª Semana da Páscoa. 

  Evangelho.  


Jo 10,22-30

22Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do Templo. Era inverno. 23Jesus passeava pelo Templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”.
25Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão.
29Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.

  Meditação. 


Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai (Jo 10, 29).

O evangelho de hoje começa informando que, em Jerusalém, onde Jesus se encontrava, celebrava-se a festa da Dedicação do Templo. Certamente, essa informação pode nos ajudar a compreender o contexto das palavras de Jesus nessa ocasião. Que festa será essa da “Dedicação do Templo”?

Primeiro, vou lhe dizer que Templo era esse. O de Jerusalém, claro. Mas, não era o Templo de Salomão. O Templo de Salomão tinha sido destruído pelos babilônios, seis séculos antes (ano 587 a.C). O Templo que Jesus frequentou nas grandes peregrinações foi o Templo reconstruído no retorno dos exilados (ano 521 a.C) e restaurado por Herodes Magno, mais ou menos no tempo em que Jesus nasceu. Assim, o Templo que aparece no Novo Testamento é o Templo de Herodes. 

E a festa da Dedicação do Templo? Bom, essa é uma linda história que está contada nos dois Livros dos Macabeus, no Antigo Testamento. Por um tempo, os pagãos da Síria dominaram o povo de Deus e pintaram e bordaram no Templo de Jerusalém. Foi um tempo de muito sofrimento e humilhação, mas afinal, sob a liderança de Judas Macabeu, o povo conseguiu expulsar os dominadores de suas terras. Depois que limparam e consertaram o que podiam do Templo, fizeram uma linda festa para purificá-lo e dedicá-lo de novo ao culto a Deus. Cada ano, com essa festa, recordavam essa Dedicação do Templo.

O Templo de Jerusalém era um centro de unidade para o povo de Deus. Para eles, era um sinal visível da presença de Deus que os guardava e protegia. Nele, os pecadores se reconciliavam com Deus, oferecendo sacrifícios de animais. Ali, ouviam as explicações da Lei e rendiam graças por todos os favores que recebiam do Altíssimo.

Pois Jesus está no Templo, na festa de sua Dedicação. Se aquele povo tivesse acolhido a pregação de Jesus, entenderia que mais do que aquele Templo, o sinal visível da presença de Deus no meio do seu povo era o próprio Jesus; que em Jesus, Deus estava reunindo as ovelhas dispersas e amparando os mais sofridos; e que, mais do que os sacrifícios de touros e carneiros que eles ofereciam ali, seria o sacrifício de Jesus, o verdadeiro cordeiro de Deus, a redimir o seu povo dos seus pecados. O próprio Templo, em si mesmo, já era um testemunho sobre Jesus.

Mas, eles estavam de coração fechado para Deus e para a boa notícia do Reino que Jesus estava anunciando. Consideraram que Jesus estava ofendendo a Deus com suas palavras e suas pretensões, chamaram-no de blasfemo e quiseram até apedrejá-lo. Não eram de suas ovelhas. As suas ovelhas ouvem a sua voz.

Nós somos as ovelhas que o Pai encarregou Jesus de cuidar e salvar. Ele nos conhece e nos dá a vida eterna. Nós, suas ovelhas, escutamos sua voz e o seguimos. Ele nos tranquiliza: não nos perderemos e não seremos arrancados de sua mão. E nos diz o porquê: Ele e o Pai são um. Ele manifesta o Pai e o Pai, como ele disse, é maior que todos. 

Guardando a mensagem

Na festa da Dedicação do Templo, ficou claro: mais do que o Templo, Jesus é a presença salvadora de Deus no meio do seu povo. Ele é o bom pastor que dá a vida por nós, suas ovelhas. Ninguém vai nos dispersar, nem nos arrancar de suas mãos. Ele nos revela que o Pai que cuida de nós, nos defende, nos salva, nos constitui seu rebanho. Por nossa causa, ele foi oferecido como se fora um cordeiro imolado no Templo. Por sua ressurreição, o cordeiro tornou-se pastor. Ele é o bom pastor que marcha à nossa frente. Reconheçamos a sua voz. Sejamos seus seguidores.

Meu Pai, que me deu estas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai (Jo 10, 29).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
bom pastor de nossas vidas, nós te bendizemos pelo amor fiel que te levou ao sacrifício da cruz. Nós te louvamos por seres o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. E nós queremos ser fieis a ti em nosso seguimento, acolhendo tuas palavras, unindo-nos como tua Igreja que somos e protegendo e cuidando dos mais frágeis e sofredores. Ajuda-nos, Senhor, pela ação do teu Santo Espírito, a reconhecer tua presença em nossa vida e a viver a vida nova que nos foi comunicada no santo batismo. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a palavra

A imagem do Bom Pastor nos fala de Jesus que convive com suas ovelhas, ama-as, conhece-as pelo nome e as defende com a sua vida. Essa imagem nos faz também pensar em nossa condição de ovelhas do seu rebanho que conhecem sua voz e o seguem. Um convite, então, pra você renovar sua adesão a Cristo e progredir com fidelidade no seu seguimento e no seu evangelho.

Comunicando

Parece que você não teve tempo de acompanhar a Segunda Bíblica de ontem, no Youtube. Mas, tudo bem, como o encontro fica gravado, é só você reservar um tempinho nesta semana para fazer o estudo deste 7º encontro sobre o Profeta Ezequiel. É só procurar o Canal Padre João Carlos no Youtube. 

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Não tenha medo de entrar e sair por esta Porta.


22 de abril de 2024

  Segunda-feira da 4ª Semana da Páscoa.  



  Evangelho. 


Jo 10,1-10

Naquele tempo, disse Jesus: 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”.
6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10 O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

  Meditação.  


Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem (Jo 10, 9)

Ontem, celebramos o Domingo do Bom Pastor. O evangelho de hoje continua nos apresentando Jesus, o bom pastor. Hoje ele nos diz: “Eu sou a porta das ovelhas”. Como podemos entender essa palavra?

Jesus entra pela porta. Consideremos, em primeiro lugar, que Jesus, como bom pastor, entra pela porta das ovelhas. A porta do redil é o portão do cercado onde estão as ovelhas reunidas, durante a noite. O bom pastor entra pela porta, não pula o muro. Quem pula o muro é o assaltante. Jesus entrou em nossa história pela porta. Não caiu de paraquedas. Ele, sendo Deus, abaixou-se e fez-se um de nós, convivendo conosco, andando pelos nossos caminhos. É o que nós chamamos de encarnação. “O Verbo se fez carne e habitou entre nós”. Pastor pra valer tem que ser como Jesus, entra pela porta: a porta do coração, a porta da convivência, a porta da inculturação.

A porta é de entrada. Consideremos, em segundo lugar, que nós, como ovelhas do rebanho de Deus, entramos na comunhão com Deus e com os irmãos, através da porta que é Cristo. O bom pastor comunica a vida às suas ovelhas, não é como o ladrão que se aproveita delas. O bom pastor, renunciando aos seus interesses pessoais, sacrifica-se pelo rebanho. E como é que o pastor Jesus comunica a vida? Por sua presença, por sua pregação, e, sobretudo, por sua vida entregue na cruz. É por ele que vamos ao Pai. É pela fé nele e pelo batismo em sua morte e ressureição que encontramos a salvação e nos tornamos filhos de Deus.

A porta é de saída. Consideremos, em terceiro lugar, que nós, como ovelhas do rebanho de Deus, estamos em êxodo para a vida plena, pela porta que é Cristo. A porta também dá acesso à saída das ovelhas para suas andanças para pastos e locais com água de beber. Ele disse: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Com ele, que vai à nossa frente, estamos a caminho da terra prometida, como no antigo êxodo. A vida plena que ele nos dá é a plena realização de nossa existência humana e de nossa condição de filhos de Deus. Ele nos dá a sua própria vida, no sentido que se oferece por nós e no sentido que nos comunica a sua vida de ressuscitado. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas.

Também nós somos pastores. Consideremos, em quarto lugar, que somos chamados a participar do pastoreio de Cristo, como ovelhas, mas também como pastores. Em sua mensagem para a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações deste ano, o Papa Francisco escreveu: Consideremos "o precioso dom do chamado que o Senhor dirige a cada um de nós, seu povo fiel em caminho, pois nos dá a possibilidade de tomar parte no seu projeto de amor e encarnar a beleza do Evangelho nos diferentes estados de vida."




Guardando a mensagem

Jesus, o bom pastor, entrou em nossa história pela porta. Sendo Deus, abaixou-se à nossa condição humana para nos encontrar, para nos falar, para nos conduzir. Ele é também a porta, por onde entramos em comunhão com Deus: porta de entrada, pois por ele temos acesso à vida eterna; porta de saída, pois por ele, enche-se de significado a nossa existência humana, a nossa peregrinação em busca das eternas pastagens. Não há outra via, outro caminho de acesso ao Pai, senão Jesus Cristo. Pais e mães de família, animadores, profissionais, líderes em nossos ambientes… somos todos pastores. Em nosso serviço de liderança, precisamos imitá-lo, ser bons pastores. Esforcemo-nos para levar o rebanho para boas pastagens, para a vida em abundância. Isso exige sacrifício de nossa parte, renúncia, fidelidade. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 

Eu sou a porta. Quem entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem (Jo 10, 9)

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Ninguém vai ao Pai senão por ti. Tu és a porta pela qual ingressamos na casa do Pai, como filhos pródigos que somos. Fomos reconciliados por tua morte redentora. Por ti, chegamos ao Pai. Pela porta, também saímos para trabalhar na vinha do nosso Deus. Como tu, e contigo, vamos em missão, no compromisso de que todos tenham vida e vida em abundância.  Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Nesta segunda-feira, continuemos no clima do Domingo do Bom Pastor, rezando para que o Senhor dê à sua Igreja numerosos e santos padres e diáconos, religiosos e religiosas, leigos e leigas e comprometidos com o Reino. 

Comunicando

Hoje é dia de Segunda Bíblica. Nosso encontro bíblico começa às 20:30h. Não podendo nos acompanhar nesse horário, sem problemas. Encontre outro momento na semana para estudar conosco o Livro do Profeta Ezequiel. O encontro vai ficar gravado no Yoube.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Não deixe ninguém para trás.

 


21 de abril de 2024

4º Domingo da Páscoa 

  Domingo do Bom Pastor. 

61º Dia Mundial de Oração pelas Vocações 


  Evangelho  


Jo 10,11-18

Naquele tempo, disse Jesus: 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13Pois ele é apenas um mercenário que não se importa com as ovelhas.
14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas.
16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor.
17É por isso que meu Pai me ama, porque dou a minha vida, para depois recebê-la novamente. 18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi de meu Pai”.

  Meditação  


Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas (Jo 10, 11) 

Neste quarto Domingo da Páscoa celebramos o Domingo do Bom Pastor, com a Jornada Mundial de Oração pelas Vocações. Rezamos para que não nos faltem pastores e para que os pastores sejam bons, cuidando do rebanho com o zelo e o amor de Cristo. O tema desta Jornada de Oração é "Chamados a semear a esperança e a construir a paz".

Em sua Mensagem para o dia de hoje, o Papa Francisco escreveu: "Este dia proporciona-nos sempre uma boa ocasião para recordar, com gratidão, diante do Senhor o compromisso fiel, quotidiano e muitas vezes escondido daqueles que abraçaram uma vocação que envolve toda a sua vida". Ele cita, então, as mães e os pais; os cidadãos e cidadãs que se empenham em favor do bem comum; as pessoas consagradas; os chamados ao sacerdócio ordenado.

O tema do 'pastor' é o tema da liderança. Todos nós temos responsabilidade no pastoreio do rebanho de Deus. Pais e mães, educadores, catequistas, coordenadores, animadores, bispos, padres, diáconos, homens públicos, lideranças comunitárias somos todos pastores na família, no ambiente de trabalho, nas comunidades, na Igreja, na sociedade. Ser pastor é cuidar do rebanho. Podemos ser maus pastores ou bons pastores como Jesus. 

Jesus se apresenta como o bom pastor. E marca bem a diferença entre o bom pastor e o mercenário. Toma distância também do comportamento de estranhos e assaltantes. Esses tipos, podemos pensar, são como que tentações para quem pastoreia, para quem exerce liderança na família, na Igreja ou na sociedade. O assaltante pula o muro, não entra pela porta. O estranho não conhece, nem é conhecido. O mercenário abandona as ovelhas quando o lobo as ataca, não as defende com a própria vida.

O bom pastor entra pela porta, não pula o muro. Quem pula o muro é o assaltante. Que porta é essa? A porta do redil, a porta do cercado onde estão as ovelhas de noite. Jesus entrou em nossa história pela porta. Não caiu de paraquedas. Ele, sendo Deus, abaixou-se e fez-se um de nós, convivendo conosco, andando pelos nossos caminhos, conversando as nossas conversas. É o que nós chamamos de encarnação. O apóstolo João escreveu: “O verbo se fez carne e habitou entre nós”. Pastor pra valer tem que ser como Jesus. Entra pela porta: a porta do coração (porque ama e se aproxima das pessoas), a porta da convivência (que gera conhecimento e confiança), a porta da encarnação (porque assumiu a nossa condição, fez-se um de nós). 

O bom pastor não é um estranho, a sua voz é conhecida pelas ovelhas. Ao estranho, elas não seguem, não reconhecem sua voz, não confiam nele. A convivência, a aproximação, o conhecimento recíproco geram confiança. É assim que ele as chama pelo nome, pois as conhece e elas o atendem, pois o conhecem. É assim que ele as conduz: caminha à sua frente. O Espírito Santo é quem nos faz íntimos de Jesus. Quanto mais o conhecemos, mais o amamos, o compreendemos e o seguimos. 

O bom pastor dá a vida por suas ovelhas, não é como o mercenário que as abandona. Ele se sacrifica por elas, comunica-lhes vida. E como é que o pastor Jesus comunica a vida? Por sua presença, por suas atitudes, por sua pregação, e, sobretudo, por sua vida entregue na cruz. E continua hoje comunicando-nos a vida, particularmente, pelo dom de sua Palavra e pelo dom da Eucaristia. O mercenário não se importa com as ovelhas e as abandona na hora em que mais precisam dele. O bom pastor, renunciando aos seus interesses pessoais, sacrifica-se pelo rebanho. 




Guardando a mensagem

Nas famílias, nos ambiente de trabalho, nas comunidades, na sociedade somos também pastores, em funções de liderança. Como nos diz a primeira carta de Pedro, reconheçamos Jesus como pastor e guarda de nossas vidas. E o imitemos em nosso pastoreio. Não lideremos como mercenários, nem como estranhos, nem como assaltantes. Não pulemos o muro, entremos pela porta da convivência, da amizade, da solidariedade. Alcancemos ser reconhecidos em nossa liderança pela confiança que despertamos. Esforcemo-nos para levar o rebanho para boas pastagens, para a vida em abundância. Não deixemos ninguém para trás. Não nos rendamos às dificuldades e aos problemas. Isso exige sacrifício de nossa parte, renúncia, fidelidade. 

Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas (Jo 10, 11) 

Rezando a Palavra

Rezemos a oração composta por São Paulo VI para o 1º Dia Mundial das Vocações:

Ó Jesus, divino Pastor das almas, que chamaste os Apóstolos para fazer deles pescadores de homens, continua a atrair para ti almas ardentes e generosas de jovens, a fim de fazer deles teus seguidores e teus ministros; torna-os participantes da tua sede de redenção universal, (…) abre-lhes os horizontes do mundo inteiro, (…) para que, respondendo ao teu chamado, prolonguem aqui na terra a tua missão, edifiquem o teu Corpo místico, que é a Igreja, e sejam “sal da terra”, “luz do mundo”. 
Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém. 

Vivendo a Palavra

Rezemos, hoje, para que o Senhor dê à sua Igreja numerosos e santos sacerdotes, consagrados e consagradas na vida religiosa, missionários e servidores leigos e leigas, caminhando todos em unidade no compromisso da missão.

Comunicando

Tendo um tempinho hoje, leia a mensagem do papa Frnacisco para este Dia Mundial de Oração pelas Vocações. Vou deixar o texto no final da mensagem. É só seguir  link. 




MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O 61º DIA MUNDIAL DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

(21 de abril de 2024 – IV Domingo de Páscoa)


Chamados a semear a esperança e a construir a paz



Queridos irmãos e irmãs!

O Dia Mundial de Oração pelas Vocações convida-nos, cada ano, a considerar o precioso dom da chamada que o Senhor dirige a cada um de nós, seu povo fiel em caminho, pois dá-nos a possibilidade de tomar parte no seu projeto de amor e encarnar a beleza do Evangelho nos diferentes estados de vida. A escuta da chamada divina, longe de ser um dever imposto de fora – talvez em nome de um ideal religioso –, é antes o modo mais seguro que temos de alimentar o desejo de felicidade que trazemos no nosso íntimo: a nossa vida realiza-se e torna-se plena quando descobrimos quem somos, as qualidades que temos e o campo onde é possível pô-las a render, quando descobrimos que estrada podemos percorrer para nos tornarmos sinal e instrumento de amor, acolhimento, beleza e paz nos contextos onde vivemos.

Assim, este Dia proporciona-nos sempre uma boa ocasião para recordar, com gratidão, diante do Senhor o compromisso fiel, quotidiano e muitas vezes escondido daqueles que abraçaram uma vocação que envolve toda a sua vida. Penso nas mães e nos pais que não olham primeiro para si mesmos, nem seguem a tendência dum estilo superficial, mas organizam a sua existência cuidando das relações com amor e gratuidade, abrindo-se ao dom da vida e pondo-se ao serviço dos filhos e seu crescimento. Penso em todos aqueles que realizam, dedicadamente e em espírito de colaboração, o seu trabalho; naqueles que, em diferentes campos e de vários modos, se empenham por construir um mundo mais justo, uma economia mais solidária, uma política mais equitativa, uma sociedade mais humana, isto é, em todos os homens e mulheres de boa vontade que se dedicam ao bem comum. Penso nas pessoas consagradas, que oferecem a sua existência ao Senhor quer no silêncio da oração quer na atividade apostólica, às vezes na linha de vanguarda e sem poupar energias, servindo com criatividade o seu carisma e colocando-o à disposição de quantos encontram. E penso naqueles que acolheram a chamada ao sacerdócio ordenado, se dedicam ao anúncio do Evangelho, repartem a sua vida – juntamente com o Pão Eucarístico – pelos irmãos, semeiam esperança e mostram a todos a beleza do Reino de Deus.

Aos jovens, especialmente a quantos se sentem distantes ou olham a Igreja com desconfiança, gostaria de dizer: deixai-vos fascinar por Jesus, dirigi-Lhe as vossas perguntas importantes, através das páginas do Evangelho, deixai-vos desinquietar pela sua presença que sempre nos coloca, de forma benfazeja, em crise. Ele respeita mais do que ninguém a nossa liberdade, não Se impõe mas propõe-Se: dai-Lhe espaço e encontrareis a vossa felicidade no seu seguimento e, se vo-la pedir, na entrega total a Ele.

Um povo em caminho

A polifonia dos carismas e das vocações, que a Comunidade Cristã reconhece e acompanha, ajuda-nos a compreender plenamente a nossa identidade de cristãos: como povo de Deus em caminho pelas estradas do mundo, animados pelo Espírito Santo e inseridos como pedras vivas no Corpo de Cristo, cada um de nós descobre-se membro duma grande família, filho do Pai e irmão e irmã de seus semelhantes. Não somos ilhas fechadas em si mesmas, mas partes do todo. Por isso, o Dia Mundial de Oração pelas Vocações traz gravada a marca da sinodalidade: há muitos carismas e somos chamados a escutar-nos reciprocamente e a caminhar juntos para os descobrir discernindo aquilo a que nos chama o Espírito para o bem de todos.

Além disso, no momento histórico presente, o caminho comum conduz-nos para o Ano Jubilar de 2025. Caminhamos como peregrinos de esperança rumo ao Ano Santo, para, na descoberta da própria vocação e pondo em relação os diversos dons do Espírito, podermos ser no mundo portadores e testemunhas do sonho de Jesus: formar uma só família, unida no amor de Deus e interligada pelo vínculo da caridade, da partilha e da fraternidade.

Este Dia é dedicado de modo particular à oração para implorar do Pai o dom de santas vocações para a edificação do seu Reino: «Rogai ao dono da messe que mande trabalhadores para a sua messe» (Lc 10, 2). E, como sabemos, a oração é feita mais de escuta que de palavras dirigidas a Deus. O Senhor fala ao nosso coração e quer encontrá-lo aberto, sincero e generoso. A sua Palavra fez-Se carne em Jesus Cristo, que nos revela e comunica toda a vontade do Pai. Neste ano de 2024, dedicado precisamente à oração como preparação para o Jubileu, somos chamados a descobrir o dom inestimável de poder dialogar com o Senhor, de coração a coração, tornando-nos assim peregrinos de esperança, porque «a oração é a primeira força da esperança. Tu rezas e a esperança cresce, avança. Diria que a oração abre a porta à esperança. A esperança existe, mas com a minha oração abro a porta» (Francisco, Catequese, 20/V/2020).

Peregrinos de esperança e construtores de paz

Mas que significa ser peregrinos? Quem empreende uma peregrinação procura, antes de mais nada, ter clara a meta, e conserva-a sempre no coração e na mente. Mas, para atingir esse destino, é preciso ao mesmo tempo concentrar-se no passo presente: para o realizar, é necessário estar leve, despojar-se dos pesos inúteis, levar consigo apenas o essencial e esforçar-se cada dia por que o cansaço, o medo, a incerteza e a escuridão não bloqueiem o caminho iniciado. Por isso ser peregrino significa partir todos os dias, recomeçar sempre, reencontrar o entusiasmo e a força de percorrer as várias etapas do percurso que, apesar das fadigas e dificuldades, sempre abrem diante de nós novos horizontes e panoramas desconhecidos.

Este é precisamente o sentido da peregrinação cristã: estamos em caminho à descoberta do amor de Deus e, ao mesmo tempo, à descoberta de nós mesmos, através duma viagem interior, mas sempre estimulados pela multiplicidade das relações. Portanto, peregrinos porque chamados: chamados a amar a Deus e a amar-nos uns aos outros. Assim, o nosso caminho sobre esta terra nunca se reduz a uma labuta sem objetivo nem a um vaguear sem meta; pelo contrário, cada dia, respondendo à nossa chamada, procuramos realizar os passos possíveis rumo a um mundo novo, onde se viva em paz, na justiça e no amor. Somos peregrinos de esperança, porque tendemos para um futuro melhor e empenhamo-nos na sua construção ao longo do caminho.

Tal é, em última análise, a finalidade de cada vocação: tornar-se homens e mulheres de esperança. Como indivíduos e como comunidade, na variedade dos carismas e ministérios, todos somos chamados a «dar corpo e coração» à esperança do Evangelho neste mundo marcado por desafios epocais: o avanço ameaçador duma terceira guerra mundial aos pedaços, as multidões de migrantes que fogem da sua terra à procura dum futuro melhor, o aumento constante dos pobres, o perigo de comprometer irreversivelmente a saúde do nosso planeta. E a tudo isto vêm ainda juntar-se as dificuldades que encontramos diariamente com o risco de nos precipitar, às vezes, na resignação ou no derrotismo.

Por isso é decisivo, para nós cristãos, cultivar um olhar cheio de esperança no nosso tempo, para podermos trabalhar frutuosamente respondendo à vocação que nos foi dada ao serviço do Reino de Deus, Reino do amor, de justiça e de paz. Esta esperança – assegura-nos São Paulo – «não engana» (Rm 5, 5), porque se trata da promessa que o Senhor Jesus nos fez de permanecer sempre connosco e de nos envolver na obra de redenção que Ele quer realizar no coração de cada pessoa e no «coração» da criação. Tal esperança encontra o seu centro propulsor na Ressurreição de Cristo, que «contém uma força de vida que penetrou o mundo. Onde parecia que tudo morreu, voltam a aparecer por todo o lado os rebentos da ressurreição. É uma força sem igual. É verdade que muitas vezes parece que Deus não existe: vemos injustiças, maldades, indiferenças e crueldades que não cedem. Mas também é certo que, no meio da obscuridade, sempre começa a desabrochar algo de novo que, mais cedo ou mais tarde, produz fruto» (Francisco, Exort. ap. Evangelii gaudium, 276). E o apóstolo Paulo afirma ainda que fomos salvos na esperança (cf. Rm 8, 24). A redenção realizada na Páscoa dá a esperança, uma esperança certa, fiável, com a qual podemos enfrentar os desafios do presente.

Então ser peregrinos de esperança e construtores de paz significa fundar a própria existência sobre a rocha da ressurreição de Cristo, sabendo que todos os nossos compromissos, na vocação que abraçamos e levamos por diante, não caiem no vazio. Apesar dos fracassos e retrocessos, o bem que semeamos cresce de modo silencioso e nada pode separar-nos da meta última: o encontro com Cristo e a alegria de viver na fraternidade entre nós por toda a eternidade. Esta vocação final, devemos antecipá-la cada dia: a relação de amor com Deus e com os irmãos e irmãs começa desde agora a realizar o sonho de Deus, o sonho da unidade, da paz e da fraternidade. Que ninguém se sinta excluído desta chamada! Cada um de nós, no seu lugar próprio, no seu estado de vida, pode ser, com a ajuda do Espírito Santo, um semeador de esperança e de paz.

A coragem de se envolver

Por tudo isso digo mais uma vez, como durante a Jornada Mundial da Juventude em Lisboa: «rise up – levantai-vos!» Despertemos do sono, saiamos da indiferença, abramos as grades da prisão em que por vezes nos encerramos, para que possa cada um de nós descobrir a própria vocação na Igreja e no mundo e tornar-se peregrino de esperança e artífice de paz! Apaixonemo-nos pela vida e comprometamo-nos no cuidado amoroso daqueles que vivem ao nosso lado e do ambiente que habitamos. Repito-vos: tende a coragem de vos envolver! Padre Oreste Benzi, apóstolo incansável da caridade, sempre da parte dos últimos e indefesos, repetia que ninguém é tão pobre que não tenha algo para dar, e ninguém é tão rico que não precise de receber alguma coisa.

Levantemo-nos, pois, e ponhamo-nos a caminho como peregrinos de esperança, para que também nós, como fez Maria com Santa Isabel, possamos comunicar boas-novas de alegria, gerar vida nova e ser artesãos de fraternidade e de paz.

Roma, São João de Latrão, no IV Domingo de Páscoa, 21 de abril de 2024.

FRANCISCO

Vocês também querem ir embora?




20 de abril de 2024

Sábado da 3ª Semana da Páscoa

  Evangelho  


Jo 6,60-69

Naquele tempo, 60muitos dos discípulos de Jesus, que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isto vos escandaliza? 62E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64Mas entre vós há alguns que não creem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo.
65E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67Então, Jesus disse aos doze: “Vós também vos quereis ir embora?” 68Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

  Meditação  


A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6, 68)

Estamos terminando a leitura do capítulo 6 do Evangelho de São João. Nesta passagem, Jesus falou de si e da realização de sua missão com as imagens do maná e do cordeiro sacrificado na páscoa. O maná foi já uma preparação para a revelação do verdadeiro pão do céu. Jesus é que o verdadeiro pão descido do céu para alimentar o seu povo. A páscoa celebrada na saída do Egito é uma imagem da páscoa definitiva, no sangue do cordeiro de Deus. Jesus é o verdadeiro cordeiro oferecido em sacrifício, verdadeiro alimento dos que circundam a mesa da páscoa.

Por um lado, Jesus reafirma a sua decisão de se entregar pelos seus, enfrentando a morte de cruz. Por outro lado, celebra, com os seus discípulos, esta sua entrega radical na ceia pascal. A ceia torna-se o memorial de sua paixão, morte e ressurreição. Ali se atualiza essa entrega fiel de Jesus, na cruz. A morte é celebrada como expressão maior de seu amor. E a sua ressurreição como a resposta amorosa do Pai, aprovando o sacrifício do filho e dando vida nova a todos os que crerem nele.

Diante dessa revelação de Jesus – vai sofrer, vai morrer, vai dar a vida – muitos dos seus seguidores entraram em crise. Ninguém quer saber de perseguição, de fracasso, de morte. Está escrito: “A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele”.

Mesmo diante da deserção de muitos discípulos, Jesus não amenizou o seu discurso. Sim, ele daria a sua vida pelos seus: sua carne e seu sangue, sua vida humana. Ele é o cordeiro da páscoa. Ter parte com ele é acolher o seu sacrifício. Comer o pão na sua mesa, comungar, é entrar em profunda sintonia com ele, acolhendo o modo como ele redime a humanidade, dando a sua vida pelos pecadores. Ele é o alimento que sustenta e comunica a vida de Deus, a vida eterna.




Guardando a mensagem

Muita gente não largou ainda a ideia de um messias poderoso que impõe o seu reinado com a força de Deus. Jesus escolheu outro caminho para realizar a sua missão, ele escolheu o caminho do esvaziamento, da solidariedade com os sofredores, do aparente fracasso da morte de cruz. O seu abaixamento como servo, a sua renúncia à grandeza humana continuam desiludindo muita gente, que se afasta, que se desinteressa ou que não mergulha no sentido da ceia do Senhor, a Santa Missa. A Missa é a ceia de páscoa onde Jesus de novo, como servo, purifica os seus discípulos, lavando os seus pés. Sua morte nos lava do pecado. A Missa é a ceia de páscoa onde o cordeiro imolado é o alimento do povo que vive em aliança com Deus e em comunhão com os seus semelhantes.

A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna (Jo 6, 68)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
diante da desistência de muitos discípulos, do estranhamento de outros, perguntaste aos doze: “Vocês também querem ir embora?”. Esta é a mesma pergunta que nos fazes hoje. “Não, Senhor, não vamos embora, nós queremos ficar. Nós cremos no teu sacrifício redentor na cruz, renovado em cada celebração eucarística. Nós cremos na tua ressurreição gloriosa, pela qual nos deste a vida nova. Nós cremos que estás realmente presente - em corpo, sangue, alma e divindade – no pão e no vinho consagrados, como disseste, para nos alimentar e nos fortalecer no caminho do Reino. Na Santa Missa, anunciamos a tua morte e proclamamos a tua ressurreição, enquanto aguardamos a tua nova vinda. Hoje, dizemos como Pedro, “Aonde nós iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. Amém.

Vivendo a palavra

Aproveite o dia de hoje para preparar-se bem para o Dia do Senhor. A Missa é o centro do nosso dia. É o coração do nosso domingo. E amanhã, com o Domingo do Bom Pastor, teremos o Dia Mundial de Oração pelas Vocações. 


Comunicando

Na Semana que vem temos show na cidade Bom Conselho, Diocese de Garanhuns, no dia 25; Show Evangelizar com o Pe. Reginaldo Manzotti, no Recife, no dia 27; e Show em São Vicente Férrer, Diocese de Nazaré, no dia 28.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb 

A missa é a ceia de páscoa.

 


 
19 de abril de 2024

  Sexta-feira da 3ª Semana da Páscoa.  


  Evangelho  


Jo 6,52-59

Naquele tempo, 52os judeus discutiam entre si, dizendo: “Como é que ele pode dar a sua carne a comer?” 53Então Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. 54Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. 55Porque a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida. 56Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. 57Como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo por causa do Pai, assim o que me come viverá por causa de mim. 58Este é o pão que desceu do céu. Não é como aquele que os vossos pais comeram. Eles morreram. Aquele que come este pão viverá para sempre”.
59Assim falou Jesus, ensinando na sinagoga em Cafarnaum.


  Meditação  


Aquele que come este pão viverá para sempre (Jo 6, 59)

O capítulo 6 do Evangelho de São João é uma linda catequese sobre a obra redentora de Jesus, celebrada na Eucaristia. Ele falou muitas vezes sobre o alimento que ele daria para a vida eterna: sua carne e seu sangue. Muita gente achou aquilo muito estranho e se afastou. Mas, quando as comunidades começaram a celebrar do jeito que Jesus fez na última ceia, começaram a entender esse seu ensinamento.

E o que Jesus fez na última ceia? Ele antecipou a sua entrega na cruz, entregando-se ao Pai em nosso favor. Na cruz, ele deu a sua vida por nós. Aquela oferta generosa e obediente de si mesmo na cruz foi a mesma da ceia. É a mesma da Missa. A Missa renova aquela oferta do calvário, a sua morte redentora em favor da humanidade. A morte cruenta foi uma única vez. Mas, na Missa, como na última ceia, esse sacrifício é renovado, reapresentado a Deus.

Jesus fez sua celebração com os discípulos na ceia da páscoa. A última ceia foi uma ceia de páscoa. Na ceia da páscoa, comia-se o cordeiro assado, cordeiro que tinha sido antes oferecido em sacrifício a Deus. Na ceia de Jesus, não houve cordeiro sacrificado. O cordeiro era Jesus. Ele seria sacrificado. Ele seria o alimento a ser comido, na ceia da páscoa.

A Missa é a ceia da páscoa. O cordeiro que comemos, em família, em ação de graças pela libertação, é o próprio Jesus. Jesus está sacramentalmente presente no pão e no vinho consagrados. “Comam. Este é o meu corpo”. “Bebam. Este é o meu sangue”.

Na ceia pascal, a grande família rendia graças a Deus por todas as maravilhas que o Senhor realizara na história do seu povo, desde a criação, a escolha daquele povo, a libertação do cativeiro do Egito, a posse da terra prometida e muito mais. Na ceia dos cristãos, tudo é ação de graças ao Pai, por tudo que ele fez desde a criação até a vinda de Jesus e do Santo Espírito. Ação de Graças virou o nome da ceia pascal dos cristãos, Eucaristia.

Ele disse ao povo: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia”. De fato, por sua morte, ele nos trouxe a vida. Ressuscitado, ele apresentou-se aos discípulos e lhes comunicou a paz e o Espírito. A sua vida entregue expiou o nosso pecado. Ressuscitado, ele nos abriu as portas da casa de Deus: pelo dom do seu Espírito, agora somos filhos Deus. Na sua morte, ele nos deu a vida.

Na missa, na nossa ceia pascal, nos unimos a Cristo pela fé, pela caridade, pela oração e, muito especialmente, pela comunhão no pão e no vinho consagrados. Nós nos associamos ao seu sacrifício com nossas dores, nossos sofrimentos, nossas lutas. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele”. Na comunhão, nos unimos a ele e ele se une a nós.




Guardando a mensagem

Jesus falou de sua carne e de seu sangue que ele daria para a vida do mundo. Ninguém entendeu. E muitos se afastaram. De fato, foi o sacrifício de sua vida na cruz – corpo entregue e sangue derramado – que nos trouxe a vida, a salvação. Jesus celebrou essa entrega obediente de sua morte na ceia pascal, a última ceia. Do pão, fez sacramento do seu corpo e o deu em alimento. Do vinho, fez sacramento do seu sangue e o deu em bebida. No lugar do cordeiro sacrificado da ceia pascal, comemos pão e vinho, que, pelas palavras do Salvador e pela efusão do Espírito Santo, tornam-se substancialmente corpo e sangue de Cristo. Pela comunhão no seu corpo e no seu sangue, nos unimos profundamente a ele e ele a nós. Na Missa, elevamos ao Pai - com Cristo, em Cristo e por Cristo – a mais alta louvação e dele recebemos as mais elevadas graças e bênçãos.

Aquele que come este pão viverá para sempre (Jo 6, 59)

Rezando a Palavra

Esta é uma oração medieval rezada por Santo Inácio de Loyola, que continua sendo usada por milhões de cristãos após a comunhão.

Alma de Cristo, santificai-me.
Corpo de Cristo, salvai-me.
Sangue de Cristo, inebriai-me.
Água do lado de Cristo, lavai-me.
Paixão de Cristo, confortai-me.
Ó bom Jesus, ouvi-me.
Dentro de vossas chagas, escondei-me.
Não permitais que me separe de vós.
Do espírito maligno, defendei-me.
Na hora da minha morte, chamai-me.
e mandai-me ir para vós,
para que vos louve com os vossos Santos,
por todos os séculos.
Amém.

Vivendo a palavra

Fale com alguém sobre esse evangelho de hoje. Você pode começar perguntando se ele (ou ela) participa da comunhão.

Comunicando

Na Semana que vem temos show na cidade Bom Conselho, Diocese de Garanhuns, no dia 25; Show Evangelizar com o Pe. Reginaldo Manzotti, no Recife, no dia 27; e Show em São Vicente Férrer, Diocese de Nazaré, no dia 28.

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

Para mim não pode haver festa maior.



18 de abril de 2024

  Quinta-feira da 3ª Semana da Páscoa.  


   Evangelho   


Jo 6,44-51

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 44“Ninguém pode vir a mim, se o pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia. 45Está escrito nos Profetas: ‘Todos serão discípulos de Deus’. Ora, todo aquele que escutou o Pai e por ele foi instruído, vem a mim. 46Não que alguém já tenha visto o Pai. Só aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. 47Em verdade, em verdade vos digo, quem crê possui a vida eterna.
48Eu sou o pão da vida. 49Os vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram. 50Eis aqui o pão que desce do céu: quem dele comer, nunca morrerá. 51Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo”.

   Meditação   


E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 51)

Esse capítulo 6 de São João é uma bela catequese de Jesus sobre a Eucaristia. O povo que o rodeava depois da multiplicação dos pães e nós hoje também, todos precisamos dessa catequese. Só assim poderemos viver melhor o sacramento da Eucaristia, que ele celebrou na última Ceia.

Pão é uma representação universal do alimento, de tudo que precisamos para viver. E Jesus, na sua catequese ao povo, em Cafarnaum, se compara com o pão. “Eu sou o pão da vida”. E retoma aquela imagem do Antigo Testamento, o maná. No deserto, quando caminhava para a terra prometida, o povo de Deus foi alimentado pelo maná. Era o pão descido do céu. O verdadeiro pão descido do céu, esse sim, é um pão que garante a vida eterna. Quem dele come, vence a morte. Esse pão é o próprio Jesus. ‘Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo’.

A Eucaristia, nos ensina a Igreja, é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela vida, morte e ressurreição de Cristo (Catecismo da Igreja Católica 1409). Jesus se ofereceu por nós, em sacrifício. Ele se deu por nós. Na ceia com os discípulos, ele fez a oferta de si mesmo a Deus. Na cruz, ele realizou essa oferta de sua vida. A Missa torna presente o sacrifício da cruz que foi oferecido uma única vez, em favor da humanidade.

E Jesus nos une ao seu sacrifício. Nós nos unimos a ele pela fé, pela escuta de sua palavra, pela comunhão no seu sacrifício. Na Missa, unimos nossos sofrimentos, nossas dores com a dele. Estamos unidos com ele na oferta de sua vida. Estamos unidos com ele nos frutos de sua morte e ressurreição.

A ceia de páscoa com os discípulos foi também um grande louvor a Deus: pelos dons da criação, pela história da salvação, pela entrega obediente de Jesus. A Missa é uma grande ação de graças, um grande louvor. A palavra Eucaristia quer dizer ação de graças. E, com Jesus, damos graças a Deus pela criação, pela redenção, pela santificação, pela obra maravilhosa de Deus entre nós. Louvamos a Deus, particularmente, pela morte e ressurreição de Jesus.

É assim que, começamos a compreender melhor o que ele disse ao povo: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para vida do mundo”.




Guardando a mensagem

O sacrifício de Jesus na cruz e a sua ressurreição nos trouxeram vida, alcançando-nos o perdão dos nossos pecados e a vida nova de filhos de Deus. O sacrifício foi o oferecimento de sua vida. Carne e sangue representam a sua vida humana sacrificada. Na última ceia, Jesus antecipou sua oferta na cruz, celebrando a ceia da páscoa com os seus discípulos. Foi na ceia que ele tomou o pão e o vinho e disse aos discípulos que comessem e bebessem deles, pois era o seu corpo entregue e o seu sangue derramado. E pediu aos discípulos: “Façam isso em memória de mim”. A Missa é o memorial de sua morte e de sua ressurreição. Nela, continuamos a apresentar ao Pai a oferta de Jesus em sua cruz. Nela, entramos em profunda comunhão com ele, escutando sua palavra e comungando no seu corpo e no seu sangue. A Missa é o grande louvor que elevamos a Deus, por Cristo, com Cristo e em Cristo.

E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo (Jo 6, 51)

Rezando a Palavra

Senhor Jesus,
quando a comunidade cristã, a Igreja, se reúne para celebrar a Ceia do Senhor, estás presente e ages entre nós: na assembleia dos irmãos, na palavra proclamada, no ministro que te representa e, de maneira muito especial, no sacramento do pão e do vinho consagrados. E, nós, Senhor, nesta ceia santa, estamos unidos a ti. E é por ti que sobem ao Pai os nossos louvores, a nossa confissão de fé, a nossa intercessão pelas necessidades da Igreja e do mundo. E de novo, pelas mãos da Igreja, te ofereces pela salvação de todos. E por teu intermédio, descem tantas bênçãos e graças do céu em nossas vidas! Tu és o pão vivo que desceu do céu para a vida do mundo. Bendito seja o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a Palavra

Vou lhe dizer uma palavra de Dom Bosco que eu musiquei: "A Santa Missa. Para mim não pode haver festa maior". Pense um pouco sobre isso.

Comunicando

Sendo possível, participe da Santa Missa desta quinta-feira (11 horas), que celebramos semanalmente pelos associados e ouvintes, com transmissão pela Rádio e pelo Youtube. Anote sua intenção no formulário ou mande pelo whatsapp 81 3224-9284.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

Deus nos deu um pastor para cuidar de nós.



17 de abril de 2024

  Quarta-feira da 3ª Semana de Páscoa.  

  Evangelho  


Jo 6,35-40

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 35“Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede. 36Eu, porém, vos disse que vós me vistes, mas não acreditais. 37Todos os que o Pai me confia virão a mim, e quando vierem, não os afastarei.
38Pois eu desci do céu não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.

  Meditação   


Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (Jo 6, 40)

Jesus diz ao povo que o Pai tinha lhe confiado muita gente para ele cuidar. E que veio exatamente para fazer a vontade do Pai que o enviou. Ele descreve a vontade do Pai de três formas: que ele, o Filho, não perca nenhum dos que o Pai lhe deu; que aquele que crê no Filho receba a vida eterna; e que o Filho o ressuscite no último dia.

Qual é o projeto de Deus, isto é, qual é a vontade de Deus? A vontade de Deus se manifesta em relação a Jesus e em relação a nós. E qual foi a tarefa que Jesus recebeu do Pai? O Pai o enviou a nós, nos confiou a ele, pediu que ele não perdesse nenhum de nós e nos ressuscitasse no último dia. O que Jesus finalmente tem para nos dar, para nos comunicar é a vida em plenitude. Um dia ele falou disso: “Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância”. Essa ‘vida em plenitude’ está dita de várias formas no evangelho: pão para saciar a fome, água para matar a sede, vida eterna, ressurreição no último dia. São formas de dizer ‘Deus quer dar a vocês a vida em plenitude’. E é isso que Jesus tem para nós.

E qual é a vontade de Deus a nosso respeito, isto é, o que Deus nos pede? O Pai nos pede para ir a Cristo, para crer nele. É assim que podemos ser cuidados por ele, alimentados por ele, conduzidos por ele. É crendo nele, acolhendo-o em nossa vida como nosso Deus e Senhor, que podemos receber o que ele tem para nos dar: a vida em plenitude.

Nós existimos porque Deus pensou em nós, nos chamou à existência. Nossa vida tem um propósito. Não nascemos por acaso. E foi o Pai que nos aproximou de Jesus, seu Filho. O Pai nos confiou a Jesus. É nele que encontramos o modelo acabado do ser humano, em sintonia perfeita com o Pai e em comunhão solidária com seus irmãos de humanidade. E não só nos deu Jesus como modelo-caminho-exemplo, mas no-lo deu também como guia de nossa humanidade. Pela ressurreição, Jesus tornou-se o nosso líder, o nosso mestre. Pedro, no dia de Pentecostes, disse à multidão: “Deus constituiu Senhor e Cristo a este Jesus que vocês crucificaram”.




Guardando a mensagem

Não estamos sozinhos neste mundo. Não estamos abandonados aos nossos próprios limites biológicos ou sociais. Deus nos deu um pastor, para nos acompanhar, para cuidar de nós. Jesus vem buscar a ovelha perdida e levá-la de volta ao redil, carregando-a nos ombros. Ele nos defende do lobo voraz, pondo em risco a própria vida. Ele dá a vida por suas ovelhas. Ele nos comunica a vida plena, a vida de Deus. Em Cristo, somos herdeiros de Deus. Viver bem é crer nele, amá-lo e segui-lo.

Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna (Jo 6, 40)


Rezando a palavra

Senhor Jesus,
o Pai nos confiou a ti. Ele espera que nós nos aproximemos de ti, que creiamos em ti, que te acolhamos como nosso pastor e guia. Dá-nos, Senhor, que te reconheçamos na fé e te sigamos com perseverança e amor. Também nós temos pessoas que o Pai nos confiou para cuidar, para acompanhar. Nós te pedimos por elas. Nós queremos conduzi-las a ti, pois só em ti a verdade, a graça, a salvação. Seja bendito o teu santo nome, hoje e sempre. Amém.

Vivendo a palavra

Pense bem nesse Evangelho de hoje e, com sinceridade, aproxime-se ainda mais de Jesus. Ele é o pastor que o Pai enviou para cuidar de nós. Ler o texto da Meditação pode ajudar você a perceber melhor a mensagem. 

Comunicando

Na Semana que vem temos show na cidade Bom Conselho, Diocese de Garanhuns, no dia 25; Show Evangelizar com o Pe. Reginaldo Manzotti, no Recife, no dia 27; e Show em São Vicente Férrer, Diocese de Nazaré, no dia 28. 

Pe. João Carlos Ribeiro, SDB

As duas mesas da Missa.



16 de abril de 2024

   Terça-feira da 3ª Semana da Páscoa.   


   Evangelho.   


Jo 6,30-35

Naquele tempo, a multidão perguntou a Jesus: 30“Que sinal realizas, para que possamos ver e crer em ti? Que obras fazes? 31Nossos pais comeram o maná no deserto, como está na Escritura: ‘Pão do céu deu-lhes a comer’”.
32Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade vos digo, não foi Moisés quem vos deu o pão que veio do céu. É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão do céu. 33Pois o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo”.
34Então pediram: “Senhor, dá-nos sempre desse pão”. 35Jesus lhes disse: “Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim não terá mais fome e quem crê em mim nunca mais terá sede”.

   Meditação.   


O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33).

Quando peregrinava pelo deserto, o povo de Deus enfrentou muitas dificuldades: falta de água, falta de comida, insegurança, descrença... E Deus sempre paciente, presente, providente. Depois de uma grave crise de alimento, Deus mandou o maná. Pela manhã, eles colhiam uns floquinhos que caíam na madrugada, como se fosse neve. Era um alimento forte, sustentando o povo na marcha durante o dia. Um pão que vinha do céu, das mãos providentes do Senhor Deus.

Jesus utilizou essa experiência do povo peregrino no deserto, no seu duro caminho para a terra prometida, para fazer-se entender sobre o alimento que ele daria. O maná foi dado por Deus, por meio de Moisés. Isso foi já uma preparação para o verdadeiro pão que seria dado depois. No tempo certo, Deus nos deu o verdadeiro pão do céu. O pão descido do céu é o próprio Jesus, que com sua palavra, seu amor e sua vida nos alimenta e nos sustenta na travessia desta vida. 

Essa explicação que Jesus está dando, no capítulo 6 do evangelho de São João, é ao povo que participou da multiplicação dos pães. Jesus alimentou aquele povo, como Deus alimentou os israelitas com o maná, no tempo antigo. E Jesus o alimentou de duas formas: a primeira, foi a Palavra de Deus que ele anunciou; a segunda, o pão de cevada e os peixes com que ele saciou a sua fome. Isso, nos outros três evangelhos, fica ainda mais claro. Ele ensina o povo e o alimenta com o pão.

Na Missa, a ceia do Senhor, são postas as duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. Jesus se dá como alimento nas duas mesas. Ele é o verbo, a palavra. Ele é o pão vivo descido do céu. Como ensinou o Concílio Vaticano II em sua Constituição Sacrosanctum Concilium, “estão tão intimamente ligadas entre si as duas partes de que se compõe, de algum modo, a missa - a liturgia da Palavra e a liturgia Eucarística - que formam um só ato de culto”.

Diz o mesmo texto conciliar: “O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade (36), banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura (37).”

No Pai Nosso, o Senhor nos ensinou a pedir ao Pai o pão de cada dia: “O pão nosso de cada dia, nos dai hoje”. Esse pão nosso que é, em primeiro lugar, o pão da sobrevivência, não deixa de ser também o pão da Palavra e o Pão da Eucaristia de que precisamos para nossa caminhada nesta vida.




Guardando a mensagem

No deserto, Deus alimentou o seu povo em marcha com o maná. O maná é uma imagem da Eucaristia. No caminho da vida, agora o Senhor nos alimenta com o pão vivo descido do céu, que é o próprio Jesus. Na Santa Missa, refeição do povo em caminho, somos alimentados nas duas mesas: a da Palavra e a da Eucaristia. No Pai Nosso, pedimos o pão de cada dia: o da sobrevivência, o da Palavra, o da Eucaristia. 

O pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6, 33).

Rezando a palavra

Senhor Jesus,
Deus mandou o maná para alimentar o povo que estava atravessando o deserto, esfomeado e já sem forças. Foi uma linda experiência: toda manhã, recolhiam aquela bênção que caía do céu. Foi o tempo da Antiga Aliança. Agora, nesse novo tempo, o Pai nos enviou o seu filho amado, tu, Senhor Jesus. Tu és o pão verdadeiro descido do céu, o pão que verdadeiramente nos sustenta na caminhada desta vida. Como o povo daquela reunião, te pedimos: “Senhor, dá-nos sempre deste pão”: o pão-palavra de Deus que tu nos anuncias; o pão-amor misericordioso com que nos abraças; o pão da vida, tu mesmo que te dás em alimento na santa Eucaristia. Senhor, dá-nos sempre deste pão. Amém.

Vivendo a palavra

Esta oração para comunhão espiritual, simples e de profundo significado, foi escrita por Santo Afonso como uma forma de união ao Corpo de Cristo quando não é possível receber o sacramento. 

“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, ao meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”. 

Comunicando

Gratidão a quem, ontem, se interessou para conhecer a nossa Associação Missionária Amanhecer (AMA) e a quem acolheu nosso convite para participar desse projeto de evangelização.

Parece que você não participou, ontem, na Segunda Bíblica, do nosso 6º encontro sobre o Livro do Profeta Ezequiel. Veja se é possível acompanhar esses encontros. Ezequiel é o livro de estudo na Igreja no Brasil, neste ano. Todos os nossos encontros da Segunda Bíblica ficam gravados no Canal Padre João Carlos, no Youtube. Estão lá à sua disposição.

Pe. João Carlos Ribeiro, sdb

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